domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os top 10 da vida

  Todo mundo tem um momento da vida que lembra como se fosse hoje. Sabe? Aquela lembrança gostosa, que fica na memória e tem um significado intenso pra vida inteira. Eu acho que todas as pessoas do mundo deveriam parar um tempo pra pensar nos seus próprios momentos, relembrá-los e viver todos eles novamente. O top 10.
   É como um...Greatest hits, aquele CD que todo cantor ou grupo que não tem mais músicas novas pra lançar faz, pra relembrar seus grandes sucessos. Fica tudo que tem de importante e de significativo ali, juntinho. Só que em vez de músicas, são momentos. E é tão bom...
  Um dos meus momentos é de quando eu tinha uns 7 anos, mais ou menos. Fui com minha mãe em um orfanato no dia das crianças, levar umas guloseimas e compartilhar um pouco de chocolate. Lembro de ajudar as criancinhas menores a tirar o papel do BIS, sujando toda a minha mão. Quando fui lavar, uma menina mais ou menos da minha idade também lavava a mão enquanto me olhava curiosa. Um pouco tímida, olhei pra ela e continuei meus afazeres rezando pra ela parar de me olhar.
- Você mora aqui? - disse ela.
- Não...- respondi eu, mais tímida ainda em ter que dizer que morava em uma casa, com a minha mãe e a minha família.
- Então onde você mora?  - insistiu.
- Moro em outro lugar. - respondi.
  Nessa hora teve uma pausa de alguns segundos que pareceram uma eternidade. Ela me olhava diretamente nos olhos, com seus óculos fundo de garrafa e camiseta dos ursinhos carinhosos. E eu queria que abrisse um buraco no chão, estava morrendo de medo dela continuar insistindo pra saber a verdade sobre meu lar. Eu sabia o que significava ser órfão mas achava que entre eles, não ser um era um crime mortal.
  Foi aí que ela disse uma coisa que mudou totalmente o que eu estava sentindo e me faz sorrir até hoje.
- Não tem problema. Mesmo se você morar longe nós vamos ser amigas pra sempre. - me abraçou, sorriu, e foi embora.
  Fiquei sozinha, chocada, e nunca mais a vi.

 
Os top 10 do personagem Charlie do seriado Lost.


 Quando Pedro Bial disse use filtro solar. Esqueceu de dizer relembre.
 E você? Que momento você mais gosta de relembrar?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O futebol e eu...

    Hoje a noite tem jogo do fluminense. E eu to pensando nisso desde cedo, talvez desde ontem se eu parar pra pensar. Afinal, estudei durante dois anos pra entender a mecânica do Brasileirão e ficar com frio na barriga antes de um jogo da Libertadores.
    Eu sempre tive um grande problema com o futebol: não entendia nada que estava acontecendo e não sabia porque todo domingo de tarde, trocando de canal, aparecia um jogo na TV. Campeonato? Não existia a menor possibilidade de eu entender esse sistema. Tudo que eu sabia é que a bola tinha que entrar no gol, que na copa do mundo eu podia picar um monte de papel pra jogar pela janela e que era um máximo colar tatuagens verde-amarelas do Cheetos nas bochechas.
    Á uns 2 anos atrás escrevi um texto narrativo e em um parágrafo contei sobre a minha primeira ida ao Maracanã para assistir um jogo de verdade. Já havia estado por lá gritando com outras 200 mil meninas “BackstreetBoys” em 2001, no show que revolucionou minha pré-adolescência. Aqui está um trecho do que escrevi na época:
“O pobre juiz era xingado continuamente, volta e meia ele levantava um cartãozinho colorido e todo mundo vaiava. A bola de vez em quando saia do campo, e as vezes, o jogador estava prestes a fazer um gol e o juiz e seus amiguinhos que seguravam bandeiras mandavam o jogador parar. Nossa, essa parte era terrível pra mim. Porque parou? Que que aconteceu? Dani? Como assim? “Ele estava impedido” ele dizia.”

    Embora minha ignorância da época, uma coisa é certa: minha resposta á pergunta “Qual é o seu time?” sempre foi “Sou Fluminense. Sendo assim, hoje a noite não me liguem, vou assistir meu time na TV.


Ah! Pra quem ainda acha que futebol é besteira, vamos aprender um pouco mais sobre o comportamento masculino:


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Idéias criativas para brigar com uma empresa

A pouco tempo atrás fui á uma chocolataria, que até então considerava excelente, pra beber um chocolate quente. Arrastei comigo uma galera considerável e ficamos esperando na mesa longos minutos...garçons e garçonetes andavam de um lado para o outro apressados e nem olhavam para nossa mesa. Após uns 10 minutos sentados sem sequer ter o cardápio em mãos, um garçom passa por nós, para na porta da loja e fica de braços cruzados, de costas pra gente. O chamamos novamente e aí está o fato que me fez cuspir fogo: ele simplesmente virou a cabeça em nossa direção, deu um sorrisinho arrogante, e virou novamente de costas. Meu Deus! Que indignação! Que raiva! Que ridículo! Que cumulo!

Eu sou uma daquelas pessoas que de verdade não acha que o cliente tem sempre razão, muito pelo contrário. Certas vezes os próprios clientes exigem coisas que parecem ser da época da escravidão, tratam os atendentes sem o menor respeito e ainda acreditam ser os donos da verdade. Mas também odeio quando sou desrespeitada. São dois extremos, e eu odeio extremos. Acho que cada um tem que cumprir seu dever mantendo o máximo de respeito possível. 
Poucos dias depois do meu divórcio oficial com a chocolataria mandei um e-mail para a empresa explicando a situação e declarando guerra total: falaria mal deles para o maior número de pessoas possíveis.

Considerando tudo o que eu falei, a uns meses atrás arrumei um ídolo. O nome dele é David Caroll, e é o cara mais genial que já vi reclamar de uma empresa na vida. David é músico e viajava com seu violão com a cia aérea United Airlines quando, no desembarque, encontrou sua guitarra caríssima quebrada e não obteve sucesso algum ao tentar ser indenizado. 
A solução dele foi simples: escreveu uma música sobre o ocorrido, gravou um vídeo e postou no Youtube.  Teve tanto sucesso que a indenização que a United ofereceu após tanto alvoroço não foi minimamente comparável ao que ele ganhou com a fama que conquistou. Isso sim que é exemplo de marketing!

Aqui está o vídeo que vale super a pena assistir:



E você? Já declarou guerra pra alguma empresa? 
Que tal montar uma banda comigo pra descolar um dinheirinho?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As belezas do dia-a-dia...


Como todo poeta italiano, tenho musas inspiradoras. No meu caso são musos, não tão delicados quanto a Beatriz de Dante ou a Silvia de Petrarca, mas inspiram do mesmo jeito minhas fantasias.  Meu muso de hoje é meu namorado, que ouve pacientemente minhas lamentações sobre o calor, o trânsito, o barulho e o cheiro do meu trajeto de ida e volta da faculdade.
Basicamente funciona assim: meu ônibus parece ser sempre o mais cheio de todos, não existem lugares livres para sentar. E assim eu vou até o fundo (onde percebi que tenho maior probabilidade de sentar pois o corredor é menor e há mais cadeiras), treino a musculatura da minha perna me equilibrando para guardar minha carteira e óculos na mochila, e escolho carinhosamente alguém que pareça bem acordado e atento ao ponto que deverá descer.  Sim, porque logo de manhã metade do ônibus está dormindo de boca aberta na cadeira, o que me leva gloriosamente a pensar que tais pessoas não irão levantar tão cedo.
Pronto, escolhi minha possível cadeira e fico lá em pé atenta a qualquer movimento brusco atrás de mim para não perder oportunidades. A partir desse momento duas coisas podem acontecer: ou ninguém levanta até chegar no ponto em que você tem que descer (que fica praticamente do outro lado da cidade), ou alguém levanta, mas te deixa na pior situação possível; o lugar vago é espremido entre duas senhoras gordinhas na última fileira do ônibus, ou é do lado de algum homem peludo que não toma banho a uma semana e está encharcado de suor.  
Agora eu estou sentada tentando ocupar os dois quartos de cadeira que me restaram (porque os outros dois quartos estão ocupados pela perna do cidadão do lado) e aproveito o gingado do ônibus até meu destino.
O ambiente externo também tem suas belezas. Copacabana por exemplo está cheia de ruas sendo asfaltadas. Descobri pela internet que estão colocando radares em todos os cruzamentos e que duas das quatro pistas da Av. Nossa Senhora vão ser totalmente destinas aos ônibus. (http://acessa.me/a67p) Não vou discutir a logística da coisa até provar na pele o resultado, mas já deixo aqui o meu palpite de que a organização vai durar no máximo dois meses. Depois disso a faixa azul que separa as faixas vai ficar desgastada e os motoristas vão voltar a andar na pista mais longe do ponto possível.
Quando volto pra casa levo de 8 a 12 minutos para atravessar a Avenida das Américas e pegar o ônibus do outro lado das quatro ruas. No ponto luto para trazer um ônibus até a pista da direita onde eu possa subir e passo pela mesma situação de manhã, com uma única diferença: o sol de meio dia.
Posso parecer maluca e contraditória, mas tudo isso faz parte de uma rotina que eu adoro. Eu gosto de tentar adivinhar onde as pessoas estão indo, gosto de imaginar o que fizeram na noite anterior para estarem dormindo tão profundamente naquele ambiente tão desconfortável, gosto de ver as reações do cobrador quando recebe cinco notas de 20 reais seguidas e tem que se virar para dar o troco, gosto de ouvir a troca de receitas de dedicadas donas de casa, e de sentir o vento batendo nos cabelos quando o motorista acelera e passa o Rubinho faltando uma volta para o fim da corrida.
Tudo isso pra mim é belo,  particular. Ninguém gosta de passar calor, e estamos acostumados a reclamar muito de situações como essas. Eu mesma chego em casa resmungando...mas faz parte do pacote. Convido todos a descobrir os detalhes belíssimos do dia-a-dia que nos são ofuscados pela falta de paciência e pela pressa. Para onde estamos indo se não sabemos nem por onde passamos, afinal?

Ah! E se não estiver conseguindo...procure um muso!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quem sou?

Me chamo Stéphanie. No cartório (e para os meus pais quando querem brigar comigo) esse é o meu nome, mas  para todos os outros casos eu sou simplismente a Teka.
Me chamo Teka e esse é o meu blog. Aqui quero contar o que eu vi, o que não vi, o que penso e o que nunca vou pensar! A idéia é simples: eu escrevo, alguém lê, comenta e eu fico contente. Eu acho que é assim que funciona, ou pelo menos espero.
A idéia do blog surgiu em uma carro azul rumo a um shopping de Roma. Estava com o meu irmão indo comprar algum cabo esquisito para conectar o computador á televisão. Foi ele quem me incentivou a escrever, comunicar e eu gostei da idéia. Além de gostar achei também necessário; sou uma estudante de Comunicação Social, e, como tal, é minha obrigação comunicar. Gosto muito do que faço, descobri em meus estudos uma paixão. 

Sempre fui muito prática e apaixonda, quando eu era pequena eu adorava apertar botões. Apertava campainhas, interfones, telefones, brinquedos, instrumentos musicais, fogão, microondas, lava-roupa e até o nariz da minha mãe. Eu gostava da sensação, tinham alguns botões que eram particularmente prazerosos. Tipo o do antigo telefone da casa da minha avó, que tinha um fio enorme e pequenos botõezinhos pretos. E o que eu gostava também era de saber que qualquer coisa que acontecesse a meu redor, foi porque EU apertei um botão e mandei acontecer.  A luz só acendia porque eu dizia pra ela acender, por exemplo. Achavo isso muito mágico e considerava apertar o botão como um código secreto entre eu e o aparelho.
Conclui assim que o que eu tinha que fazer quando crescesse era o trabalho daquela senhora que ficava apertando os andares no elevador do meu curso de inglês. Pra mim ela tinha o melhor trabalho do mundo, e, pela cara que fazia, não tinha a menor noção disso.
Essa idéia ficou na minha cabeça um bom tempo até eu decidir ser juíza. "Vou fazer Direito e decidir tudo pra todo mundo. Vou me vestir de preto e sentar lá no alto da sala, meu martelo vai ser rosa". Foi aí que entrei para o segundo grau técnico de Administração de Empresas e Contabilidade e descobri que Direito não era a minha praia. Era chato, longo, rigoroso, e eu não concordava com muita coisa que via na Constituição.
Sem projetos concretos para um futuro próximo, minha mãe, que me achava muito criativa, sugeriu que eu fizesse Desenho Industrial. Aperfeiçoei essa idéia e me interessei pela Publicidade. 
Agora cá estou: cursando Comunicação Social e criando um blog. Socialmente falando.